terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Veleiros novos ou usados?

Um  lugar comum de todos os amantes da arte de navegar, é quando decidimos que é momento de adquirirmos um veleiro novo, ou quase. É claro que além da primeira análise inicial - o tamanho do bolso, existe a avaliação do tamanho da embarcação, motorização, conforto, segurança e outros ítens de igual necessidade.
Não podemos esquecer jamais o primeiro ítem fundamental, cujo esquecimento pode gerar uma dor de cabeça prolongada e não raras vezes resultar no encalhe prolongado do veleiro num box, tendo visitas esparsas do proprietário: A almiranta ( me perdoem os puristas gramaticais,,,rsrs), mas a mulher desempenha um papel preponderante para avalizar a compra, quase sempre com um feeling certeiro, seja no aspecto geral do veleiro, seja ao avaliar inclusive a conduta do vendedor/proprietário da embarcação.

Vencido este primeiro passo, surge a lógica inevitável. adquirir um veleiro menor e novo, ou um antigo com mais opcionais e preço compatível?
Para esta indagação, há que se levar em conta que o veleiro antigo apesar da lenda de ser muito reforçado, possuindo um casco com laminação grossa,  melhor que um novo, dependendo do caso, já foi exposto ao sol e intemperismo por anos a fio, sem contarmos ainda com histórias de "embarcação de garagem", semi novas, ou praticamente zero ....

Mitos à parte, resguardando-se casos de veleiros que realmente sempre foram cuidados, existe uma máxima: - Quanto maior for o veleiro, maior a dificuldade de se achar uma vaga na garagem...rsrs, ou seja, no fim o proprietário quando muito vai deixar o veleiro em seco, longe da água, submetendo a embarcação a tensões irregulares no casco (pontos de apoio da carreta), cujos esforços mecânicos muitas vezes são maiores que simplesmente deixar o veleiro na água. Outro elemento degradante, é a exposição à radiação solar, por anos a fio. Por melhor que seja a laminação de uma veleiro, a irradiação solar é o principal vetor a ser considerado no desgaste da fibra.  A ação do sol e umidade  é inevitável e cedo ou tarde surgirão bolhas de osmose ou falhas no gel.
Outras patologias associadas podem ser relacionadas à ação da umidade dentro da embarcação, cujo resultado é o aparecimento de fungos, apodrecimento de madeiras  e outras degradações. Como resultado, ao adquirirmos um veleiro antigo, com opcionais, não raras vezes podemos optar por manutenção, cujo início podemos ver, mas que dificilmente terminará quando estivermos prevendo.

Em outras palavras, o veleiro novo deve ser encarado como um investimento de lazer, para ser curtindo velejando, longe de docas em intermináveis manutenções, entretanto se opção, em função do custo, for de um veleiro antigo, boa sorte e divertimento, até porque quem disse que reformar não é divertido?




Areias Brancas
   Em um belo final de semana de janeiro, aproveitando a folga do comandante do veleiro Santa Fé, fomos descansar na praia das Areias Brancas. Quando estamos muito estressados e cansados, nada melhor que um passeio de barco. Todo o envolvimento de planejar o que levar para comer (pois parece que tudo o que é feito no barco sempre é melhor), verificar se todos os ítens de segurança estão ok, se o barco está abastecido com água, combustível, baterias, motor em ordem, limpeza... faz parte da diversão. O vento na ida estava forte, o que nos causou um aumento da adrenalina. Mas ao chegar na praia, tudo é festa!

Que maravilha uma quilha retrátil! Olha só a foto, descemos quase na areia!
Descarregamos o material necessário e está aí o churrasco feito pelo comandante, que estava muito bom!
Depois do merecido descanso, recolhemos tudo e sempre tendo o cuidado de deixar a areia limpa, de preferência mais limpa do que quando chegamos, fomos procurar abrigo para passar a noite no Arroio Araçá.
Beleza! Achamos o lugar perfeito, onde o veleiro ficou bem no meio dos aguapés e, apesar de todo o vento da noite, passamos tranquilamente até a manhã seguinte.
Após o café partimos em direção à Porto Alegre. Novamente ventos fortes ao sair do Arroio, o que fez com que decidíssemos por rizar vela e colocar na proa uma  tormentim. Sábia decisão!!!